IA vai melhorar entrega sem descartar humanos

18/06/2019
IA vai melhorar entrega sem descartar humanos

A inteligência artificial vai permitir às empresas fazerem melhor seu trabalho sem descartar a atividade humana, defendeu o presidente da empresa holandesa Elsevier, Younsuk YS Chi, durante o painel "Inteligência artificial: imparcialidade e controles", realizado no 8º Congresso Brasileiro de Inovação Industrial, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em junho de 2019 em São Paulo.

"No final das contas, não usamos inteligência artificial para substituir o processo de decisão profissional, mas para melhorá-lo", disse. "Nós permitimos que advogados consigam avaliar melhor e ganhem mais causas, que pesquisadores encontrem a cura do câncer mais rápido", explicou Chi sobre o uso de IA pela Elsevier, empresa global que fornece soluções digitais para obtenção de informação e análises.

Na opinião do executivo, a inteligência artificial é uma ferramenta que serve a três propósitos:

1- reduzir o custo para as empresas

2- aumentar os lucros

3- criar novos modelos de negócio

"O que você faz por seu cliente hoje? Então utilize inteligência artificial para fazê-lo melhor", recomendou Younsuk YS Chi aos presentes. "A inteligência artificial é apenas uma ferramenta, assim como foram os computadores anos atrás."

O fundador da empresa de planejamento e análise Going Global Ventures, Mark Minevich, que também participou do painel, tem visão ainda mais otimista dos benefícios da tecnologia na vida das pessoas. Ele acredita que a atual 4ª revolução industrial é a maior já vivida pelos seres humanos e trará bem-estar jamais visto. "As máquinas nos permitem criar mais oportunidades de negócios e aumentar receita. Esse é um futuro de esperança que nos permitirá criar milhões e milhões de empregos", defendeu.

Os especialistas acreditam que o Brasil tem oportunidades de utilizar a inteligência artificial para gerar renda e qualidade de vida. Younsuk YS Chi avalia que o país tem de superar alguns obstáculos, como o baixo nível de colaboração entre a academia e as empresas, o risco de "fuga de cérebros" em inteligência artificial para outros países e a demora na concessão de patentes. "O Brasil tem de buscar criar um ecossistema que irá encorajar os talentos daqui, porque, no fim das contas, inteligência artificial não são máquinas, são ainda pessoas que estão por trás da IA", recomendou.

A presidente da IBM na América Latina, Ana Paula Assis, afirmou que há segmentos econômicos no Brasil que são referência no uso de inteligência artificial, como o sistema bancário, a agricultura e o comércio. Ela aposta que a área médica no país tem futuro promissor no uso da tecnologia. "A tecnologia está disponível, mas a questão não é a tecnologia em si mesma, mas o uso que se dá a ela", explicou.

Mark Minevich lembrou que os Estados Unidos anunciaram um programa para estimular o uso de inteligência artificial e a China tem investido milhões na tecnologia por acreditar que a tecnologia provocará enorme mudança ao redor do mundo. Segundo ele, o Brasil precisa de uma estratégia nacional urgentemente. "Países como o Brasil têm enorme potencial e futuro, mas precisam agir rápido e criar uma agenda nacional de inteligência artificial. Eu sou otimista de que essa revolução vai criar valor para nós e para as gerações que virão. O Brasil pode ser um grande ator nessa revolução da IA", avaliou.

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